quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Degelo do Árctico ganha Jogo Olímpicos


Se alguém merecia ser o grande vencedor dos Jogos Olímpicos deste ano, seria sem dúvida alguma, o degelo do Árctico que (infelizmente!) bateu mais uma vez um recorde! ..e que recorde! o degelo foi 18% superior ao anterior recorde de 2007. Este ano, o gelo chegou assim ao valor mínimo de 3,41 milhões de quilómetros quadrados, quando à cinco anos o valor mínimo foi de 4,17 milhões de quilómetros quadrados, valor que já tinha sido 22% inferior ao recorde anterior. Ainda por cima, estima-se que a camada/espessura do gelo esteja cerca de 50% mais fina, e prevê-se que daqui a 4 anos o gelo no Árctico possa desaparecer durante os meses de Verão (Agosto e Setembro).

Só para se ter uma ideia, este ano e em relação ao 2007, a área de gelo a menos é equivalente a 1,5 vezes a área de Espanha.

Com o aumento do degelo aumenta também a quantidade de metano que é libertada para a atmosfera e diminui a área de reflexão dos raios solares, contribuindo para um aumento do aquecimento global, o que torna este ciclo vicioso e exponencial, sem fim à vista.

A catástrofe é de tamanha importância que já à alguns anos que uma das principais acções (se não a principal) da Greenpeace é justamente combater o aquecimento global e o degelo do Árctico (www.savetheartic.org). Um dos activistas nessa acção é o português Manuel Pinto, que afirmou ter tido formação para conseguirem navegar em condições adversas como existem no Árctico e que os principais frequentadores dessas formações eram trabalhadores de empresas petrolíferas.

Como seria de esperar, há grandes interesses em torno do degelo do Árctico, pois irá permitir que este passe a ser navegável, permitindo não só a pesca em lugares até agora a salvo, como irá permitir o avanço das perfurações de poços de petróleo no Ártico (neste momento a Shell já se anda a preparar). Com o aumento do tráfego marinho e das explorações petrolíferas, as probabilidades de uma catástrofe ambiental aumentam exponencialmente.

A nós é exigido fazer pelo menos o mínimo que conseguirmos, pelo que apelo à vossa acção da forma que vos for possível, seja a assinar petições, ou a contribuir com doações, ou simplesmente a divulgar este drama.

O tempo de agir é agora, enquanto temos Ártico, não depois de ele desaparecer.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Simular um Planeta Sustentável

Em tempos tive uma ideia que consistia em criar uma versão verde do Second Life, que para quem não sabe é um jogo de computador que recria virtualmente o planeta em que vivemos, e então seria possível ter uma "segunda vida", virtual. (A vida com que muitos sonham seria possível nesse jogo.)

E perguntam vocês como é que daí pode surgir uma "ideia verde"?!?

Pois, se é possível recriar todo o planeta virtualmente, porque não, esse planeta virtual servir de modelo ao real. Isto é, aprofundar essa recriação de tal forma, que permitisse calcular os impactos que certas acções provocam no planeta e calcular que medidas poderiam ser tomadas para compensar esses impactos.. 

Perceberam? Não? Eu ajudo.. 

Imaginem um concelho onde está prevista a colocação de uma fábrica.. Então através da simulação virtual, para que o projecto dessa fábrica avançasse seria necessário calcular medidas (como plantar árvores, financiar os transportes públicos da cidade, financiar a preservação da biodiversidade no concelho, ...), que compensassem a pegada ecológica que a fábrica iria provocar. Poderia começar com parâmetros simples, como evitar a emissão de dióxido de carbono, e apenas se tomava medidas para compensar essa emissão. Posteriormente, poderiam ser considerados muito mais parâmetros, como é feito na análise do ciclo de vida dos produtos (LCA - Life Cycle Assessment).

Tal como é realizada esta análise aos produtos "reais" (ver www.goodguide.com), recentemente descobri que já existe software que simula esta análise do ciclo de vida dos produtos, o SOLIDWORKS SustainabilityXpress (até já poderão haver outros), que permite aos designer industriais determinar o impacto que o produto vai implicar na sustentabilidade do planeta.
O designer ao introduzir determinados parâmetros como o processo de fabrico e a região onde será fabricado o produto, o software devolve a energia necessária no fabrico e as suas implicações na qualidade do ar e da água, assim como a pegada ecológica do produto.
Assim, o designer pode experimentar fazer pequenas alterações ao produto (como mudar o material utilizado) que serão benéficas na diminuição da pegada ambiental, e de forma a não o tornar menos atractivo e funcional.
Acredito que em versões futuras do software, já será possível obter uma pegada ambiental ainda mais próxima da realidade.

Havendo software capaz de analisar e simular o ciclo de vida dos produtos, não seria possível criar software que analisasse e simulasse o ciclo de vida de cidades (e no futuro do planeta inteiro) de forma a podermos tomar as decisões mais corretas, com vista a sustentabilidade?

Ver vídeo da simulação aqui. Saber mais aqui.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Eco-Sanita


    A fundação Bill e Melinda Gates decidiram avançar com um concurso de ideias para a construção e design de uma casa-de banho mais ecológica, que despendesse as fossas sépticas, sem produção de poluentes e independente de uma fonte externa de água. As melhores ideias, capazes de serem utilizadas na vida real, seriam financiadas para passarem do papel para a prática.A adesão ao concurso acabou por ser maior do que o esperado, e a fundação decidiu avançar com financiamento para o desenvolvimento de oito das ideias propostas.
     A grande vencedora foi apresentada por estudantes do Prof. Michael Hoffmann da Universidade de Caltech, nos Estados Unidos. Trata-se de uma sanita que utiliza um painel solar para alimentar um reagente electroquímico. Este reagente desfaz os dejectos quimicamente, produzindo fertilizante e hidrogénio. Desta reacção resulta ainda água já devidamente limpa, que embora não sendo potável, poderá ser utilizada na descarga e a excedente utilizada para rega.
      Resta saber, se esta ideia vai passar do papel para a utilização na vida real. Nomeadamente nos países pobres, onde a água é pouca e valiosa e a produção de fertilizantes também é preciosa.

Saber mais aqui.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

E tu? vais de bicicleta para o trabalho?

Como o dia de 21 de Setembro, dia de ir de bicicleta para o trabalho é já amanhã, vou partilhar aqui uma inovação engraçada que no futuro poderá facilitar na escolha deste meio de transporte ecológico.
A ideia consiste num airbag para os ciclistas que dispara em caso de queda e abre-se formando um capacete, que cobre toda a cabeça, evitando assim o uso de capacete. A ideia, apelidade de "Hovding" surgiu na Suécia, por duas estudantes de Design Industrial, aquando da proposta de alteração da lei sobre o uso dos capacetes, em 2005. A proposta pretendia alargar o uso obrigatório do capacete aos adultos e não só às crianças até aos 15 anos, como era até ali. Ora esta proposta, gerou grande discórdia por os capacetes serem vistos como desconfortáveis e pouco práticos.
Assim, as estudantes suecas Anna Haupt e Terese Alstin, desenvolveram um colar que se integra facilmente nos acessórios de vestuários que usamos usualmente (parecido a um cachecol diria eu). A este colar foram adicionados inúmeros sensores para permitirem detectar quando se trata de uma queda e assim fazer accionar um gás que é libertado e expande o colar de forma a proteger toda a cabeça, tal como acontece nos típicos airbags.

Até chegarem a esta ideia tiveram que fazer imensos estudos relacionados com as questões de segurança, nomeadamente perceber como se desenvolvem as quedas de bicicleta, para posteriormente desenvolverem um algoritmo que permite aos sensores detectar que se tratava de uma queda (e não uma travagem brusca ou sair da bicicleta). Após todos os desenvolvimentos que permitiram chegar ao protótipo, passaram à fase de teste, onde ensaiaram o Hovding em testes reais, à semelhança dos testes realizados nos automóveis.

Um pormenor que realçam no site, é que os sensores não detectam objectos que possam cair em cima da cabeça, e portanto, se for de bicicleta e por exemplo lhe cair um vaso em cima, o airbag já só activa depois da pancada, quando for a cair da bicicleta.

Para quem não pode andar de bicicleta de qualquer forma e liga muito à postura e estilo, deixo um video que mostra que o Hovding pode vir a estar na moda.





Saber mais aqui.

Com ou sem o Hovding, EU AMANHÃ VOU DE BICICLETA PARA O TRABALHO! E TU?

Nota: Se tiverem curiosidade em ver a diferença de responsabilidades entre uma empresa Sueca e uma Chinesa, reparem só na preocupação com a reciclagem do Hovding, onde é explicado e apresentado tudo ao pormenor. Vejam aqui.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O meu cantinho aromático


Porque a inovação em Portugal não é só realizada pelas grandes corporações, como as eólicas do post anterior, hoje quero apresentar o projecto "My Little Garden". Este projecto nasceu em Leiria, por intermédio de Anthony Carter, e consiste na reutilização de garrafas de vinho para semear ervas aromáticas.
Basicamente a garrafa é cortada +/- a meio e inverte-se a parte de cima. Colocando água na parte de baixo e o substrato e as sementes na parte de cima, permite que esta seja "auto-regada" pela parte baixo.
Considero o objectivo deste projecto é fantástico, que segundo Anthony Carter pretende "motivar as pessoas a produzirem pelo menos parte do que consomem em termos de hortícolas e ervas frescas, independentemente do local onde vivem e do espaço que têm disponível" e a tudo isto ainda se soma a reutilização de materiais. É uma óptima prenda verdinha!
O mentor da ideia prevê a adopção do mesmo método para "chás, flores comestíveis e eventualmente até ornamentais".
Resta-me desejar muito boa sorte a este projecto!

Saber mais aqui.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Inovação em Portugal



Sabemos que a forma mais ecológica de produzir energia é.. não a consumir. No entanto, a energia vai continuar a ser consumida e todas as previsões apontam para que seja consumida cada vez mais. Ora, hoje mostro-vos uma forma alternativa de produção de energia que está a ser estudada em Portugal, a produção de energia através de turbinas eólicas off-shore, isto é, em alto mar.
Este projecto tem sofrido várias críticas (ver aqui), que eu considero justas pois um projecto de grandes corporações como a EDP (entre outras), acarreta grandes movimentações de dinheiro dos contribuintes, e todos sabem que no final os que saem mais favorecidos são apenas alguns. Mas apesar de tudo isso e mesmo não sendo um projecto pioneiro, não recebem também as empresas ligadas ao petróleo enormes quantidades de dinheiro dos contribuintes?!? Embora este não seja o projecto ideal, não valerá a pena valorizar projectos deste tipo em detrimento da obtenção de energia através da extracção de petróleo com areias betuminosas ou através da extracção cada vez mais profunda? com todos os riscos de poluição e malefícios para o planeta que isso acarreta?! (muito se podia discutir sobre este tema..)
A aposta na produção eólica em alto mar também será bastante melhor que continuar a encher todas as nossas serras com ainda mais turbinas eólicas
Infelizmente, acho que hoje em dia, a prioridade e mentalidade de quem nos governa ainda não é abdicar destes projectos para dar aos que mais precisam. A alternativa será sempre favorecer outras grandes corporações (como as petrolíferas), pois o consumo de energia vai aumentar (pelo menos enquanto eles só pensarem no desenvolvimento económico). Na minha opinião, será mais fácil alguém do povo chegar ao governo com essa mentalidade, do que os que lá estão mudarem de mentalidade..


Mais info: aqui

terça-feira, 4 de setembro de 2012

10 dicas para ser mais sustentável com a ajuda da Internet.

Pessoalmente sempre que estou na Internet sinto-me culpada por o fazer, ou porque estou a gastar energia, ou porque estou no facebook e mais umas mil razões que fazem mal ao ambiente. A questão é que nos dias de hoje, especialmente a minha geração, foi criada na Internet. Se queremos ter visibilidade de alguma coisa a Internet ajuda-nos imenso. E não falo somente no facebook, falo também em portais, sites que nos imobilizam durante horas em frente a um ecrã. Até que hoje enquanto andava a naveguar encontrei um artigo que dizia: "10 dicas para ser mais sustentável com a ajuda da Internet" o artigo está aqui, caso queiram ler. As 10 dicas, espero que vos ajudem e aqui vão:

  • Faça compras online;
  • Banco na Internet;
  • Reuniões pelo computador;
  • Seja um voluntário na web;
  • Use guias de turismo online;
  • Leia livros eletrônicos;
  • Use catálogos digitais;
  • Diga não aos spams; 
  •  Compre músicas online:
  • Contribua com campanhas virtuais