terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Trailer THE COVE — A BAÍA DA VERGONHA PT.



Creio que depois de ver isto, ninguém fica indiferente.
assim que conseguir o documentário inteiro na internet, divulgarei.
(ao menos irei tentar encontrar)

para mais informações ver aqui.
petição aqui.

9 prendas de Natal por 21.51$

Este Natal, resolvi ser diferente, e em vez de não dar prendas (conforme o previsto) e por sugestão do Nelson, decidi dar prendas ecológicas. Assim até deixava as pessoas felizes (quem é que não gosta de receber prendas afinal?) e sempre divulgava os produtos bons para o ambiente e a minha filosofia de vida. O meu único medo era que as pessoas nao achem-se lá muita piada visto que seriam prendas muito simbólicas, e que por acrescéssimo a brincadeira ficasse mais cara do que o previsto, mas tudo isto não passaram de medos, as pessoas a quem dei as prendas adoraram e não é todos os dias que se compram nove prendas por 21.51 euros. Assim, para quem se quiser inspirar para umas prendinhas ecológicas, aqui vai a lista.



Amaciador Concentrado Ecológico Vert   L'Arbre - Preço € 3,49 / Unid. 
 

Detergente Manual Loiça Ecológico Amêndoa   L'Arbre - Preço € 1,99 / Unid.

Detergente Manual Loiça Ecológico Peles Sensíveis  L'Arbre - Preço € 1,99 / Unid.

Limpa Vidros Spray Ecológico   L'Arbre - Preço € 2,49 / Unid.
 
 
Lenços de Bolso Green  Renova - Preço € 1,39 / Unid.

Rolo de Cozinha Green Gigarolo  Renova - Preço € 2,03 / Unid.

Sacos Lixo Degradáveis Fecho Fácil 100 lt   Continente - Preço € 1,19 / Unid.
 
Resma Papel Impressora Print A4 Renova Reciclado - Preço € 3,99 / Unid.

e mais uma vela de cera vegetal que não encontrei na loja online do continente que custou 2,99. Claro está que todas estas prendas foram oferecidas com uma explicação em tom de brincadeira por de trás, mas não deixa de dar resultado, para além que instala a boa disposição.

Para mais informaçoes sobre algum destes produtos vá a:
http://www.larbrevert.pt



Workshop de prendas ecológicas.

Antes de mais, peço desculpa por só estar a publicar este post agora. Tinha em mente publica-lo pouco antes do Natal, para ver se inspirava alguém, mas bem prenda puxa prenda, viagem puxa viagem, e fiquei sem tempo para o publicar e elaborar. Culpa minha. Mas bem, mais vale tarde de nunca. Para quem não sabe, ainda ando no ensino secundário e uma vez estudante do 12ºano torna-se complicado em algumas alturas fazer com que a nossa seja ouvida, que as nossas ideias sejam postas em prática. Não só por causa dos estudos, de "problemas" particulares mas também porque devido à idade torna-se complicado darem-nos luz verde para fazer uma actividade diferente. Porém este não foi o caso. Aproveito desde já para agradecer à minha professora de biologia que me deu todo o apoio, porque sem ela, no dia 12 de Dezembro não teria conseguido levar avante o meu/nosso workshop de prendas ecológicas.


Como já mencionei tudo ocorreu no dia 12 de Dezembro, durante a parte da tarde na  Escola Secundária de Valongo. Duas professoras convidaram as suas turmas a participar, o que deu um total de mais de trinta alunos. Fiz isto mesmo para chegar aos jovens especialmente nesta época, fazer com que eles vissem que os valores que se defendem "amor, solidariedade, paz, respeito..." podiam ser muito bem adaptados e levados em prática para o ambiente. Assim, o objecto seria, a partir de materiais já antigos, fazer prendas novas. Até os embrulhos seriam decorados por panos de vestuário antigo e por jornais e linhas, de modo a que não se gastasse papel sem propósito. O objectivo basicamente seria, fazer prendas aliadas aos 3 r's- reduzir, reciclar, reutilizar.

Inicialmente dispôs-se tudo por mesas. Haviam seis mesas. Uma para o chá (que não podia faltar), outra para pintar aqueles copinhos de vidro dos iogurtes para por velas e pintar também pedras a fazer de pisas papeis, mais adiante uma com molinhas de madeira e recortes para fazer clips e missangas e fios para bijutaria, outra para molduras recicladas e espanta espíritos, outra para decorar cadernos e canetas e por fim, outra para os embrulhos. Creio que as únicas coisas a serem feitas foram os copos para as velas, pulseiras, canetas (imensas!), algumas molduras e pouquíssimos embrulhos. Houveram pessoas menos interessadas, outras mais, mas no fim, saíram coisas bem originais. Como se pode ver nas fotografias. Esta iniciativa deveria repetir-se e alargar-se a outras escolas. 


Obrigado ao fotografo, João Fernandes, e a todos os que estiveram a ajudar e presentes.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O mercado da Agricultura Biológica

Há dias li a notícia acerca de um supermercado biológico abrir uma loja em Carnaxide. Pois bem, ignorância minha ou não, nem fazia ideia que já houvessem grandes (ou pelo menos médias) superfícies só dedicadas a produtos biológicos, apenas sabia da existência de lojas on-line e cooperativas de consumidores. Pois bem, vou aproveitar para dar a conhecer melhor estes supermercados àquelas pessoas que não os conhecem, tal como eu não conhecia.
O meu objectivo não é propriamente fazer publicidade aos supermercados, e muito menos apoiar as grandes superfícies, mas o que é verdade é que o mercado de produtos biológicos ainda está a desenvolver-se e acredito que, face à actual maneira de pensar da maioria das pessoas (dinheiro, dinheiro..), só a criação destes espaços vai ser capaz de trazer preços mais competitivos e levar as pessoas a comprar mais produtos biológicos.

O primeiro supermercado Brio (desconheço a existência de outros) abriu à mais de dois anos em Campo de Ourique, em Lisboa, e recentemente abriram uma loja em Carnaxide, e brevemente vão abrir uma outra na LX Factory, também em Lisboa.

Estes supermercados criaram um site bastante interessante onde se pode obter toda a informação necessária (www.brio.pt). Neste site podemos consultar melhor a informação sobre a empresa, a sua missão e filosofia, ficar a conhecer melhor os produtos que têm para venda,  fazer o download do catálogo de cerca de mil produtos, fazer encomendas, esclarecer certas dúvidas acerca dos produtos biológicos e conhecer algumas das suas medidas, nomeadamente, desconto para quem dispensar o uso de sacos de plástico, disponibilizarem sacos 100% degradáveis e sacos de pano, as prateleiras dos supermercados serem recicladas, ...
Recentemente criaram um site (www.historiasfelizes.com) com um papel mais informativo e educativo, onde contam "histórias felizes" de forma a promoverem os seus produtos. Passem por lá, está engraçado!
(http://briobiologico.blogspot.com)

Possuem ainda um blog, onde vão mantendo os consumidores a par das novidades e onde aproveitam para ir retirando algumas dúvidas que existam.


Por fim, deixo apenas um apelo de moderação na hora de comprar!!
Compras eco-conscientes e votos de um Feliz Natal para todos!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ideias luminosas ~

Hoje encontrei uma notícia que é um belo exemplo daquilo que eu considero que falta a muitas pessoas, iniciativa perante as adversidades.
Este arquitecto chinês de 24 anos, devido às dificuldades em arranjar uma casa para viver em Pequim, decidiu construir ele próprio a sua casa. Em vez de se sujeitar a créditos, queixar-se e reclamar a falta de subsídios ou simplesmente desistir, ele teve a coragem de procurar um solução e a verdade é que com bambu, madeira e erva, ele conseguiu desenrascar-se e construiu a sua própria casa e ainda aproveita a energia proveniente do sol, com um custo aproximado de 750€. De certeza que ainda tirou proveito de pôr em prática alguns conhecimentos adquiridos ao longo da licenciatura de arquitectura.
É preciso transmitir a ideia que os problemas são uma coisa boa e que se a nossa postura não for a de ficarmos de braços cruzados e a reclamar, são estes que nos conduzem à evolução. Assim como não é justo queixar-mo-nos que muitos problemas não são resolvidos, quando perante pequenos problemas que nos surgem no dia-a-dia, nós decidimos ficar de braços cruzados e não fazer nada.
Como exemplo, esta ideia pode-se estender ao problema da insustentabilidade do planeta ou da fome. Já muita gente está consciente destes problemas e até é capaz de reclamar o facto de não ter havido progressos evidentes em Copenhaga ou em Cancún ou de ainda não ter sido erradicada a fome. No entanto, quando confrontados com pequenos problemas como a separação do lixo, redução drástica do consumo de coisas fúteis, ajudar famílias com necessidades, etc., as pessoas preferem continuar a sua vidinha do dia-a-dia e ignorar estes problemas, como se não fossem também responsáveis por eles.
É altura de mobilizar as pessoas para não ficarem de braços de cruzados e tomarem iniciativas que nos ajudem a resolver os problemas. Só com a ajuda de todos e com a resolução dos problemas menores e locais é que vamos chegar à solução dos problemas maiores e globais.
É preciso combater a ideia "oh, até podia mudar a minha postura, mas só eu não vou fazer mudar as coisas". Este arquitecto chinês decidiu mudar de postura, tomar a iniciativa de resolver o seu problema e agora será exemplo para outras pessoas.

Fonte: Jornal Sol (noticia aqui)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Guarda a chuva (como um diamante precioso). ~

Se a Água é o princípio de todas as coisas (Tales de Mileto) porque é que 70% da água que usamos em nossas casas vai pelo cano abaixo?

Subitamente parece que a chuva não nos larga. Chove por tudo quanto é canto, e metade da população deste país já só quer o Sol. Pede-se ao São Pedro que a chuva acabe, há quem não goste da chuva e que só a quer ver bem longe, que os dias tristes de chuva vão para outro local. O que me parece que todos nós - que desdenham a chuva - não parecem notar é que a chuva é água. E a água como já todos sabemos é um bem essencial à vida, porém é um recurso finito e está escassa em todo o planeta. Em muitos países é até já considerado como o ouro azul. O volume de água no planeta terra ronda em torno de 1,5 bilião de quilómetros cúbicos, sendo 97,5% água salgada e 2,5% água doce, dos quais apenas 0,8% aproveitável para o uso do consumo humano, distribuídos em rios e lagos, e a maior parte, ou seja, 95% está no subsolo.
 Sabemos que a água é importante, que mais dia menos dia até podemos sofrer a sua falta e continuamos a deixar a chuva cair sem a aproveitar-mos e até desejando que ela pare. Não nos  torna isso egoístas? Torna pois. Está na hora, aliás mais do que na hora, do que fazer alguma coisa para mudar essa realidade. Está na hora de percebermos que cada gota é importante, um verdadeiro diamante do céu. E foi nessa linha de pensamento que se originou o movimento "guarda a chuva". Trata-se de uma campanha criada por um concurso da InPAR - Publicidade Ambientalmente Responsável, sob o tema “A utilização consciente da água como recurso escasso e global”, com organização de O Oceanário de Lisboa e o Clube de Criativos de Portugal, onde o principal objectivo são:

• Promover a reflexão sobre a ideia preconcebida de que a água é um bem adquirido e estimular a alteração de comportamentos face a este recurso.
• Alertar que a água é essencial para todas as formas de vida, essencial para o equilíbrio da vida tal como a conhecemos.
• Garantir o reconhecimento de que a preservação da água é fundamental para que continuemos a utilizar, de forma privilegiada, este recurso precioso.

Para isso, na plataforma do facebook desta campanha, estão a ser partilhados vídeos, assim como ideias para  uma melhor aproveitamente da água. Pode-se ver algumas ideias neste site. Deixo-vos aqui também para quem quiser ver, um dos vídeos de divulgação desta campanha, que a meu ver está bastante encorajador!



E mais uma vez digo, está na hora de sermos a mudança que queremos ver no mundo.
Está na hora de por "baldes" á obra.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

3 r's!



enquanto não voltamos em cheio, fica aqui uma músiquinha para vos inspirar todos a utilizar os 3'rs!
esperamos voltar muito em breve.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Petróleo do Golfo do México entrou na cadeia alimentar.

"Investigadores vão estudar riscos para a saúde humana - 2010-11-09

O petróleo vertido no Golfo do México, naquele que foi o pior derrame acidental da história, entrou rapidamente na cadeia alimentar, revela uma investigação realizada pelo Dauphin Island Sea Lab (DISL) de Alabama (EUA).
O estudo, publicado na Environmental Research Letters, permitiu comprovar a presença anormal de isótopos de carbono 12 - habituais no crude – nos microorganismos que servem de alimento a crustáceos, medusas, peixes e baleias.
“Demonstrámos, com muito pouca margem para dúvida, que o petróleo consumido pelas bactérias marinhas alcançou o zooplâncton que forma a base da cadeia alimentar”, afirmou Monty Graham, coordenador do estudo, acrescentando que isto explica, em parte, a rápida decomposição de 75 por cento dos 800 milhões de litros derramados pelo poço acidentado da BP.
"Uma grande proporção do petróleo deve ter sido consumida pelos microorganismos que, ao mesmo tempo, servem de alimento para organismos maiores”, acrescentou.
Monty Graham, do Dauphin Island Sea LabAtravés de redes especiais, os investigadores do DISL recolheram e analisaram grandes amostras de plâncton em águas superficiais e intermédias da costa do Alabama, entre Junho e Agosto. Nos testes de laboratório detectou-se a presença de uma forma de carbono mais ligeira e normalmente associada ao petróleo.
Desta forma, os cientistas concluíram que o crude ingerido pelas bactérias passou para a cadeia alimentar de organismos maiores e que está presente no zooplâncton que alimenta grande parte da fauna marinha.
Outra equipa de investigadores está agora a examinar as amostras recolhidas para realizar um estudo sobre a toxidade do zooplâncton e do seu possível impacto na segurança do consumo humano de peixes, mariscos e moluscos do Golfo do México."

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Permacultura e o Tractor de Galinhas (oficina) ~ 28NOV

tractor-de-galinhas.gif

«PERMACULTURA significa “cultura permanente” e trata de planear habitats humanos sustentáveis. É uma filosofia e uma abordagem prática ao uso do solo que imita a Natureza e interliga clima, plantas, animais, solos, gestão da água e necessidades humanas, criando comunidades produtivas e eficientes.

Ricardo Marques, formado em Engenharia do Ambiente e Permacultura, irá conduzir, no Domingo 28 de Novembro às 14h30, a oficina TRACTOR DE GALINHAS. Uma sessão que é apenas um aperitivo do que é a permacultura e que pretende interessar os vários participantes para esta abordagem explicando os princípios básicos sobre os quais ela se baseia e aplicando esses mesmos princípios através da construção de um tractor de galinhas. A oficina terá uma duração de cerca de 4 horas, o curso certificado de planeamento em permacultura tem 72 horas.

O tractor de galinhas consiste num galinheiro… com rodas! E sem fundo. Ou seja, conseguimos movimentar facilmente as galinhas para onde queremos. Assim, pousamos o tractor durante um tempo, as galinhas preparam o solo, retiramos o tractor e o local está pronto para plantar ou semear. O tractor de galinhas é um elemento clássico da Permacultura pois interliga muitos dos seus princípios.

Porque há muito para aprender e fazer em tão pouco tempo a sessão começará pontualmente às 14h30 pedindo-se aos participantes que não se atrasem.
A oficina está planeada para o exterior, numa quinta. No entanto, há condições para realizá-la no interior caso esteja a chover.


Preços:
Sócios: 10€
Não sócios: 15€
incluí lanche, brochura, pin e planos pormenorizados para construção de um tractor de galinhas

Envie a ficha que segue em anexo acompanhada com o comprovativo de pagamento para porto@quercus.pt.

logo_quercus25q    logo_quercus25q
--------------------------------------
Quercus - Núcleo Regional do Porto
R. João Maia, 540
4475-643 Avioso (Sta. Maria) Maia
Tel: 222 011 065 - Tlm: 931 620 212

P Apoie a luta por um ambiente melhor. Faça-se sócio.»

p.s: se alguém estiver interessado em participar, por favor contacte-me e fornecerei a ficha de inscrição. obrigado (: 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Atum fortemente atingido pelo derrame do Golfo - Satélites avaliam impactos de maré negra em habitats.

«O derrame de petróleo no Golfo do México não podia ter ocorrido em pior altura para o atum-rabilho: tinham chegado à região para a desova. Os satélites estão agora a ajudar a avaliar os danos do desastre neste habitat.

Um dos maiores peixes, capaz de atingir o tamanho de um Volkswagen Beetle, vem para o Atlântico, todos os anos, de Janeiro a Junho. O pico da época de reprodução no Golfo é Abril e Maio – precisamente quando dez milhões de litros de petróleo por dia estavam a ser derramados nos mares, na sequência da explosão da torre petrolífera Deepwater Horizon, a 20 de Abril.

O atum, de grande valor comercial, reproduz-se em águas superficiais, com as fêmeas a libertarem os ovos e os machos a segui-los para os fertilizarem. A presença de petróleo na superfície pode danificar os ovos, as larvas e até os adultos. Com os ‘stocks’, no Atlântico ocidental, a decrescer a uma taxa de 82 por cento nos últimos 30 anos é imperativo que a espécie possa reproduzir-se sem interferências.
Num esforço de salvaguardar as zonas de desova, a Ocean Foundation – uma organização sem fins lucrativos envolvida na protecção dos oceanos e das suas espécies – precisou de saber quais os habitats da região nordeste que tinham sido mais afectados. Dados de radar do satélite da Agência Espacial Europeia (ESA), Envisat e outros europeus e internacionais foram usados para produzir mapas semanais com a localização, forma e tamanho da mancha de petróleo.
Para simular os habitats de desova e desenvolvimento da larva, os cientistas usaram atuns marcados electronicamente e um modelo oceânico baseado em temperaturas medidas, alturas da superfície do mar medidas com altímetros no radar do Envisat e do satélite Jason, da NASA, e ainda informação sobre a cor da água obtida a partir do MERIS, no Envisat, e do MODIS, no Aqua da NASA. A cor da água pode dar uma indicação acerca da presença de plâncton para o atum se alimentar.

Análise e consequências

Sobrepondo os mapas foi possível ver onde e com que frequência o derrame e os habitats se sobrepuseram entre 20 de Abril e 29 de Agosto. Logo a seguir à fecundação, a larva começa a procurar comida, junto à superfície. Isto significa que a presença de petróleo aí é potencialmente fatal para organismos tão pequenos.
Uma vez que a área do derrame e os habitats preferenciais para a desova coincidiram no final da época reprodutiva, os investigadores contabilizaram os efeitos, concluindo que o desastre foi responsável por uma diminuição de 20 por cento no número de novos atuns.
Pelas observações de satélite, conclui-se que os locais de reprodução no oeste não foram, aparentemente, afectados pela poluição. “Esta análise vai ajudar-nos a aumentar o nível de conhecimento do impacto destes eventos, guiando-nos no desenvolvimento e recomendação de políticas”, disse David Guggenheim, da Ocean Foundation.
Acrescentou: “Além disso, esta análise e a sua abordagem representam uma ferramenta de nova geração que pode ajudar os investigadores e decisores no caso de enfrentarmos um desastre semelhante no futuro”.

Quando o poço Deepwater Horizon foi finalmente selado a 15 de Julho, tinham sido derramados 750 milhões de litros de crude. Alguns dias após a explosão, os satélites começaram a monitorizar a situação e a fornecer dados quase em tempo real às autoridades americanas envolvidas nos esforços de limpeza. Mapas baseados em dados da ESA também documentam os efeitos de derrame nos habitats costeiros e nos locais de reprodução das tartarugas.


A protecção dos habitats naturais está esta semana em destaque na COP 10 – Convenção para a Diversidade Biológica das Nações Unidas – que está a decorrer em Nagoya, no Japão.»

- retirado de: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=45708&op=all

sábado, 16 de outubro de 2010

Idea para reciclar tampas de garrafa. :)

Corte logo abaixo do gargalo usando uma tesoura.

 
Passe o saco plástico por dentro do gargalo cortado.
 

Depois basta fechar com a tampa. E pode usar nas embalagens de mantimentos, pães etc.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

no livro "impacto zero".

Ensinamento sábio:
Um homem não deve passar pedras das suas terras para a via pública.
Certo homem estava a passar pedras das suas terras para a via pública quando um religioso o avistou nessa actividade e lhe disse:
- Ignorante, porque passas pedras de um terreno que não te pertence para um que te pertence?
O homem escarneceu dele.
Alguns dias mais tarde, esse homem teve de vender o terreno, e quando ia a passar na via pública tropeçou nas pedras.
Foi então que disse:
- O religioso é que estava certo ao perguntar-me: «Porque passas pedras de um terreno que não te pertence para um que te pertence?».
- Talmud Bavli, Masekket Bava Kama 50b

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Só energia

Há dias tive a oportunidade de ver pela primeira vez o novo programa da RTP2 "Só Energia", onde apresentaram alguns sites da web bastante interessantes, na minha opinião.

O primeiro é "A Casa da Vizinha não é tão verde quanto a minha" que se trata de um projecto da secção regional do sul da Ordem dos Arquitectos que pretende melhorar os serviços prestados pelos arquitectos, integrando o conceito de sustentabilidade, aumentar e facilitar as comunicações entre os arquitectos e ao mesmo tempo tem permitido uma economia de recursos da secção regional e a divulgação de boas práticas de sustentabilidade na arquitectura.

Aqui poderão encontrar alguns dos projectos elaborados pelos arquitectos, nomeadamente um Protótipo de uma moradia ecológica,  o projecto Orto Culturas, um Condomínio Eco-eficiente, uma Casa Auto-suficiente, e muitos mais..

A outra sugestão do programa foi o site da ADENE (agência para a energia), nomeadamente o simulador de eficiência energética em edifícios casA+.
Neste simulador, através da introdução de alguns parâmetros como a localização da vossa casa, tamanho, número de divisões, equipamentos de aquecimento e arrefecimento, ... é possível obter uma classificação da eficiência energética da vossa casa. Os resultados apresentam também a diferença de eficiência (em percentagem) entre a vossa casa e a que é necessária para a aprovação da construção dos novos edifícios em termos de aquecimento, arrefecimento e CO2.
Mas tal como eles próprios realçam, é de ter em atenção que "os resultados apresentados têm carácter meramente indicativo, baseada em diversas aproximações técnicas."

No meu caso, obtive uma classificação de C, o que até considerei como um bom resultado, tendo em conta o facto de a minha casa ter sido construída em 1983. Certamente o que contribuiu para essa boa classificação foi o facto de ter colocado vidros duplos e ter microprodução fotovoltaica (logo colectores solares para AQS, Águas Quentes Sanitárias), sendo o aquecimento o factor que não permitiu uma melhor classificação.

Por fim, é um site que apareceu no final do programa, por ser um dos colaboradores do programa, que é TVenergia, que eu desconhecia e que pretende promover a utilização sustentável da energia em Portugal.
Nesse canal poderão ver várias vídeos com a temática da energia, nomeadamente ver ou rever os programas "Só Energia" transmitidos na RTP2, aceder a notícias e também ao blog.

Espero que gostem das sugestões. ;)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Global croco-war.

Quando se fala em predadores, a nossa mente, capta logo imagens de grandes tubarões, da baleia assassina, dos crocodilos, e de todos os ataques mundialmente conhecidos – e assustadores – que lhes são característicos. Estes animais, para além de fazerem praticamente todo o mundo tremer de medo só com a ideia de um confronto inesperado, são também criaturas perfeitas. Com sistemas de defesa e mesmo de sobrevivência extraordinários, capazes de fazer inveja a qualquer ser humano. Hoje, irei centrar-me nos crocodilos – isto é, aligátores, caimãos, gaviais e crocodilos propriamente ditos.
Ao analisar um crocodilo morfologicamente é complicado de perceber qual o verdadeiro descendente desta espécie. Apareceram na Terra há 200 milhões de anos, aproximadamente, o que significa que sobreviveram á época da extinção dos dinossauros. O que nos leva a crer que o seu poder de sobrevivência é gigantesco. Não nos enganamos. Este animal, tem o coração não dividido em duas cavidades como seria de esperar, mas sim, em quatro, assemelhando-se aos mamíferos, o que, por sua vez, permite que este seja tão rápido na caçada e direccione mais rapidamente o sangue com oxigénio para a cauda e as mandíbulas. Na verdade, uma presa aquando atingida pela mordidela de um crocodilo é sujeita a uma pressão de várias toneladas por centímetro quadrado. Para uma melhor caça possui também uns enormes pulmões que lhe permitem flutuar durante mais tempo e mais facilmente, e o seu fígado é capaz de se movimentar ao longo do seu corpo o que, faz com que a sua cabeça flutue, mas a cauda se estabeleça dentro de água. Assim, estando mais escondido das presas.
O crocodilo é um animal marioritáriamente aquático - como se sabe. É raro atrever-se a caçar fora de água, mas quando o faz, é capaz de atingir velocidades de corrida mesmo assim espantosas. Porém, é em meio aquático que desenvolve as corridas de maior velocidade, com a sua pele de textura idêntica a uma bola de golfe, que acaba por diminuir o atrito e o tornar mais aerodinâmico – e assim mais rápido. Possui ainda, outra característica própria. Quando este caça em meio aquático, ao abrir a sua boca, para agarrar a presa, umas vesículas especiais – situadas na entrada da garganta – fecham-se, de modo a que este não morra afogado com a quantidade de agua que possa vir a entrar.
Outra coisa de espantar nos crocodilos – tão conhecidos pela sua caça grandiosa – é que estes só se alimentam uma ou duas vezes por mês. E, sendo animais de sangue frio, conseguem sobreviver um ano sem qualquer tipo de alimento. Ao longo dos anos, os crocodilos desenvolveram também um sistema anti-corpos excelente, bastante superior ao dos humanos. (Sendo o aligator a espécie de crocodilo, com maior capacidade de defesa imunitária).
Desde o momento que nascem, depois da progenitora os abandonar na água, os crocodilos são uma espécie de sobreviventes. Embora poucos sobrevivam, nos primeiros dias na água sozinhos ao longo do tempo, tornam-se animais bem dotados para todas as adversidades da Natureza. Perfeitamente capazes de sobreviver ao meio Natural. Porém, os cientistas prevêem um outro adversário para o crocodilo. O aquecimento global. Prevê-se que o único ponto fraco dos crocodilos seja este, e o único que realmente o pode levar á extinção. E porquê? Porque, segundo pesquisas, com o aumento da temperatura, haverá tendência para nascerem mais fêmeas do que machos o que, sem dúvida alguma, limita o desenvolvimento da espécie e acaba por extingui-lo. Assim, na mais pessimista das perspectivas, quiçá daqui a uns anos, a recordação do temível crocodilo dos pântanos, ou mesmo o crocodilo do capitão gancho não será mesmo só isso; recordações. Isto porque, o aquecimento global os derrotou.

sábado, 10 de julho de 2010

The Story Of Stuff. (legendado em português)


vale a pena ver.

Torneira economizaodra (inovação Portuguesa)

Encontrei hoje mais uma eco-new sobre um Investigador da Universidade de Aveiro, Vítor Costa, que inventou um método de reutilizar a água que é desperdiçada enquanto as pessoas esperam para que chegue a água quente.

“ "Em média, são três litros de água potável que correm directamente para o esgoto, por cada utilização”, estima Vítor Costa, que desde 2007 tem vindo a trabalhar neste projecto que permite que a torneira só forneça água quando já está quente, de acordo com a temperatura desejada.
“A água fria, que se encontra na tubagem, entre a caldeira/esquentador e a torneira, é guardada num reservatório e entra novamente na rede, o que pode representar uma economia de centenas de litros de água no final do mês
”, adiantou o docente da UA.
O sistema pode também ser usado em instalações antigas sem a necessidade de fazer grandes obras de construção.
“Pode usar-se com uma torneira usual, mas é preciso acrescentar um componente hidráulico e um reservatório que vai acumular a água”, explicou.
Também em relação ao seu custo, o docente da UA refere que será mais caro que o sistema actual (como seria de esperar), mas que compensará com a poupança de água:
"De acordo com o investigador, a perspectiva de comercialização e conquista de mercado por um produto deste género é “muito grande” e, embora o sistema seja “mais caro” do que uma torneira convencional, a diferença de preços irá compensar a médio/longo prazo, em termos da poupança da água.
O investigador sublinha ainda que a escolha deste produto pode ser importante para obter uma boa classificação energética dos edifícios, acrescentando que o sistema não usa qualquer fonte adicional de energia."
De acordo com dados da Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais (ANQIP), o desperdício doméstico de água em Portugal atinge anualmente três mil milhões de metros cúbicos, o equivalente a 750 milhões de euros. Estes valores poderão agora ser reduzidos com a implementação deste novo sistema, cujo início de comercialização se prevê ainda para este ano.
Actualmente, sem dúvida que essa água desperdiçada já podia ser reutilizada sem ser necessária a compra deste sistema, bastava deitar essa água para um reservatório (alguidares, baldes, ...) enquanto se esperava pela água quente. No entanto, o que se sabe é que a maioria das pessoas prefere não estar com esse tipo de "trabalhos" e assim com este inovador método, muito mais cómodo, haverá muitas mais pessoas a reutilizar essa água.

Ver a notícia completa aqui.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Que peixe comer?

Ontem vi no programa Biosfera uma referência ao site "Que peixe comer?" que me despertou interesse e hoje fui lá dar uma espreitadela.
O site ou projecto "Que peixe comer... para um consumo sustentável?" é desenvolvido pela Liga para a Protecção da Natureza e financiado pelo programa AGIR Ambiente, da Fundação Calouste Glubenkian e "surgiu do interesse de disponibilizar informação útil para quem consome peixe, mostrando o caminho que o peixe percorre, desde que sai do mar até que chega ao nosso prato".
"O projecto tem como objectivos organizar e disponibilizar informação sobre as 20 espécies de peixe consumidas e capturadas em Portugal."
Passem por lá, que vale a pena! Apesar de por vezes o site demorar um bocadinho a carregar, acho que é muito interessante e é bastante fácil de absorver a informação que disponibilizam.

"é preciso avaliar as externalidades"


Encontrei uma entrevista bastante interessante no site do Ecosfera, o site de Ambiente do Público. Aproveito e deixo aqui grande parte da entrevista a Pavan Sukhdev, economista indiano, porque acho que vale a pena ler.

"Pavan Sukhdev é o economista indiano que interrompeu a sua carreira de banqueiro no Deutsche Bank para liderar o projecto que liga os europeus, o G8 e as Nações Unidas: convencer as sociedades de que tanto a destruição como o usufruto da biodiversidade e dos ecossistemas têm um valor. A realidade vai dando razão ao trabalho da equipa de Sukhdev, que terminará antes da cimeira da biodiversidade, a realizar em Outubro, em Nagoya, no Japão.

Se tivesse Tony Hayward à sua frente, o que diria ao presidente da segunda maior companhia petrolífera do mundo sobre o que ter em conta em relação ao problema ambiental que causou no golfo do México? Há várias maneiras de olhar para o problema. A primeira é que a BP e a indústria devem investigar se o que aconteceu foi não ter havido um equipamento que travasse automaticamente a fuga. Se foi esse o caso, foi por causa da regulação local, de uma decisão da companhia ou de ambas? É preciso investigar o que aconteceu em termos de segurança. A outra é que toda a indústria petrolífera tem de entender que é preciso avaliar as externalidades [efeitos tradicionalmente considerados colaterais e que não são considerados no preço de mercado dos bens, neste caso, o petróleo]."

(vídeo demonstrativo de algumas das "externalidades" que é preciso ter em conta por causa do desastre ambiental causado pela BP no golfo do México!! Está em inglês, mas acho que as imagens falam por si!! também pode ser visto aqui.)


"De que forma é que o estudo que tem liderado pode contribuir para que as empresas ganhem mais consciência disso? O estudo está praticamente pronto, temo que seja um bocado tarde para isso. Este acontecimento vai fazer com que a opinião pública exija a divulgação das externalidades, e isso estender-se-á, a prazo, a outros sectores. As indústrias têm externalidades, que não são apenas emissões de dióxido de carbono (CO2), mas também de utilização de água e outras. Por exemplo, uma empresa mineira tem custos externos de desflorestação e uso do solo. São externalidades que deveriam ser calculadas e divulgadas nos relatórios anuais das companhias. Não chega pôr os dados nas declarações de responsabilidade social ou nos relatórios de sustentabilidade, porque os analistas e os investidores nem sempre lêem esses relatórios.


No relatório intercalar, menciona as lições tiradas com o desastre do Exxon Valdez, em 1989, nomeadamente princípios mais severos do poluidor-pagador. E agora?  O Exxon Valdez, no Alasca, foi um acontecimento mais limitado [derrame de um petroleiro]. Aqui é diferente. É importante que as companhias ganhem capacidade de avaliar a dimensão económica deste impacto. Vimos as notícias sobre as negociações entre a administração dos EUA e a BP para financiar um fundo. Isso é, no entanto, uma questão pós-desastre. O que é necessário fazer é perceber o verdadeiro custo deste tipo de fugas, ou seja, o custo das suas externalidades. No golfo do México, é necessário estudar os custos sobre a pesca, o turismo e até sobre os indivíduos que se vêem privados de, simplesmente, usufruir de um passeio pelo mar. As externalidades têm de ser estimadas, para que a sociedade tenha uma melhor noção do que é o custo real destes acontecimentos. Claro que já há um imenso custo para a humanidade, para as pessoas que morreram na plataforma, para as famílias. Mas além destes, há ainda os custos externos a estimar.


Os 20 mil milhões de dólares do fundo que a BP vai financiar gradualmente não lhe parece que cobrem esses custos?  É uma solução para a dor e para as perdas, mas não é uma solução sistémica. Esta ocorrerá quando as companhias reconhecerem e publicarem as suas externalidades e os riscos que se podem tornar externalidades.


Há para si uma ligação entre o grau de exigência de avaliação económica e de regulação?  Claro. A economia é a moeda da política. Não importa quão bem fundamentado possa ser o meu argumento do ponto de vista humano e de responsabilidade. A menos que consiga que tenha sentido económico, é provável que não seja ouvido. É preciso que os decisores políticos percebam que o "caso ambiental" não é apenas respeitar os recursos piscícolas ou defender os passeios de barco no golfo do México. O "caso ambiental" é entender que há um custo económico, do mesmo modo que há um custo humano e um custo ambiental.

(....)

"Acredita que os casos que mostram que os benefícios são maiores que os custos estão a convencer os decisores políticos para adoptarem políticas sustentáveis? Ainda não. Porque os decisores ainda não agem tendo em conta os benefícios públicos. Como, por exemplo, os benefícios de ter água e ar limpos, de não ter inundações em França e na Alemanha e secas na Índia. Esses casos são vistos como catástrofes naturais, as pessoas não os ligam com a ecologia que deve ser protegida, apesar de existirem todas as razões para o fazer. Há locais, desde Nova Iorque a São Francisco e Bombaim, onde as florestas são usadas como reservatórios de água para abastecer as cidades. Por isso, deviam estar a pensar em investir em infra-estruturas ecológicas. No fim de contas, isto é um bem público.
Todos pagamos impostos, é dinheiro público que deveria ser usado para o bem de todos. Este pensamento ainda não existe em muitos governos. Alguns estão à frente, mas ainda assim a atenção está voltada para criar riqueza privada, na mão das empresas.
Temos de repensar a nossa política de impostos e começar a taxar as externalidades, como as emissões poluentes, e não apenas os lucros e receitas. O esgotamento de recursos deveria ser taxado, por exemplo.


Ao atribuirmos um valor económico à biodiversidade, não corremos o risco de conservar apenas o que nos pode dar lucro? Qual a ética nesta equação? Sim, há um risco de isso acontecer. É uma questão ética enorme, profundamente enraizada e discutida na filosofia do estudo cuja sigla inglesa é TEEB (The Economics of Ecosystems and Biodiversity). Ao mostrar que os ecossistemas têm valor, estaremos nós a criar o risco de, de alguma forma, reduzirmos a natureza e o seu objectivo apenas à sua utilidade, ao que é antropocêntrico? Existe esse risco. Mas ao mesmo tempo temos de reconhecer que a valorização é uma instituição social, não se trata de um grupo de economistas.
A sociedade valoriza aquilo que tem valor para ela. E, por vezes, essa valorização pode nem ter referência à economia ou a números. Se valorizarmos um monumento ou uma floresta sagrada para uma comunidade, não há nada que diga que precisamos de os proteger por algum motivo. E, assim, a protecção acontece por si mesma, sem precisar de razões. Mas em outras situações precisamos de demonstrar que tem impacto económico, e aí a política muda.
Recentemente, a Índia introduziu um sistema que paga aos pobres para replantar florestas. Eles compreendem que aqui há um valor e que vale a pena pagar-lhes para reconstruir esses ecossistemas. As pessoas são pagas por fazer aquilo que é correcto. E, finalmente, há situações em que temos de chegar a um valor, pagando pelos serviços dos ecossistemas. Há muitos exemplos de pagamentos locais pelos serviços dos ecossistemas, como a água limpa ou o ecoturismo. Na parte do relatório para o governo local, que publicaremos em Setembro, temos 78 exemplos espalhados por todo o mundo. Paga-se para que alguém aja ou mude comportamentos com o objectivo de conservar ou gerar valor económico através dos serviços dos ecossistemas.
Um exemplo que funciona é o comércio de emissões. Estamos a recompensar empresas pelo trabalho de reduzir as suas emissões. O risco é saltarmos logo para uma visão meramente economicista. Há razões éticas, religiosas e sociais para valorizar a natureza e há também razões económicas. Muitos concluem que só estamos a falar de mercados. Isso não é verdade. O trabalho do TEEB é tudo menos uma solução custo-benefício para o planeta. Quando dizem que pomos um preço na natureza, isso está errado.


Quais espera que sejam os efeitos reais deste estudo? Penso que o conceito dos pagamentos pelos serviços dos ecossistemas será mais bem aceite em todo o mundo. Quando as pessoas virem casos de sucesso em pequenas comunidades, começarão a adoptar este pensamento. Já recebi pedidos de ajuda de muitos países e teremos muito gosto em responder.


De países em desenvolvimento? Sim, de África, da América Latina, da Ásia. Um bom resultado é o TEEB ser bem aceite. Outro, será dar muita atenção ao sector das pescas. E que as comunidades locais e a indústria pesqueira percebam que isto é no seu interesse, se quiserem sobreviver a longo prazo.


Como se protegem espécies, como o rato-de-cabrera, que não são carismáticas e que dificultam a construção de auto-estradas? É um desafio. Como vamos proteger espécies que as pessoas não querem? Encontrar razões económicas para preservar espécies é uma tarefa muito difícil. É mais fácil encontrar essas razões para ecossistemas, porque dão mais à sociedade. O argumento da utilidade funciona melhor.
Às vezes podemos consegui-lo, mas com espécies carismáticas. Não um rato. Por isso, temos de pensar de maneira diferente: a que ecossistema pertence, o que está a região a fazer para proteger o ecossistema, se há habitats alternativos para o rato, perceber o seu papel no ecossistema e o que vai acontecer se desaparecer.


Contrariamente ao rato-de-cabrera, há espécies a que damos grande valor económico, provocando sérios problemas, nomeadamente nas pescas. As pescas são suportadas por dois conceitos: um é o acesso livre em mar alto. Qualquer um pode ir a qualquer lado e pescar sem controlo. O segundo é a política de subsídios: 27 mil milhões de dólares pagos anualmente. Isto é muito se pensarmos que o total de peixe capturado vale 85 ou 90 mil milhões de dólares, estamos a falar de quase um terço. No entanto, o valor do sector podia chegar aos 135 mil milhões de dólares, se as pescas fossem exploradas de forma sustentável. Assim, além de estarmos a perder 50 mil milhões de dólares, estamos a subsidiar 27 mil milhões de dólares. A soma dá 77 mil milhões de dólares. É uma estupidez tão grande que é incrível que o estejamos a fazer.


Qual a solução? Devido à sobreexploração, 30 por cento de todos os stocks colapsaram, ou seja, têm menos de dez por cento do stock inicial do que quando começaram a ser pescados. É possível que em 2020-2050 só tenhamos stocks em colapso.
É importante perceber que temos capacidade excedentária e a "boa economia" concentra-se em investir em recursos escassos. O que fazemos é subsidiar a construção de frotas com mais capacidade. Mas isso não é o recurso escasso; o recurso escasso é o peixe. Devíamos encontrar meios económicos para investir no peixe, por exemplo, criar áreas protegidas marinhas. Já há casos de sucesso.


Quais? Uma história engraçada é o caso da Somália. Devido à pirataria, os stocks de peixe recuperaram porque os barcos de pesca não podem lá ir, segundo os relatórios que me chegam. E, por isso, as comunidades locais estão a enriquecer. O problema da pirataria até pode estar resolvido.
Isto pode ser feito, mas sempre apoiando as comunidades locais que forem privadas da pesca durante os três ou quatro anos necessários para recuperar os stocks. Em vez de gastar subsídios para aumentar a capacidade pesqueira, devíamos gastá-los no apoio às comunidades e em sistemas de gestão locais. Concentramo-nos, por vezes, em espécies únicas, como a baleia-azul, mas o problema maior é sistémico. E se o solucionarmos, é mais fácil solucionar o problema de cada espécie."


A entrevista pode ser lida na integra aqui.
O vídeo da Greenpeace tb pode ser visto no canal do Youtube da Greenpeace USA.
Aproveito e deixo também o link da nova petição da Greenpeace "Tell Congress: No new drilling. Period.".

sábado, 12 de junho de 2010

Na vanguarda dos veículos eléctricos


Há dias tive o prazer de assistir a uma conferência sobre o Mobi.e, Programa de Mobilidade Eléctrica Português nas I Jornadas da Energia, o que me permitiu ter a noção do estado de desenvolvimento deste programa.
Pois bem, para quem nunca ouviu falar, este Programa prevê a instalação de uma rede nacional de carregamento de automóveis eléctricos. Está prevista a instalação de dois tipos de carregamentos, um mais lento e outro mais rápido. O carregamento mais lento permitirá carregar totalmente as baterias e demorará cerca de 8h, será o ideal para carregar à noite durante as horas de sono e também de dia, no caso de o carro estar sempre estacionado durante as horas laborais. O carregamento mais rápido permitirá carregar até cerca de 80% das baterias em cerca de 30min, o que será ideal para viagens mais longas, em que a autonomia das baterias não é suficiente. Prevê ainda a troca de baterias, podendo o utilizador trocar a bateria descarregada por uma totalmente carregada de forma simples e prática.
Inicialmente, este programa de mobilidade pretende instalar postos de carregamento nos locais mais propícios tais como parques de estacionamento, centros comerciais, bombas de gasolina, hotéis, aeroportos, ... , sendo que pretende ter instalado já este ano 320 postos de carregamento espalhados pelas capitais de distrito.
"De que forma se processa o abastecimento?
Através de um cartão pré-pago CHARG.E da rede Mobi.E que lhes dará acesso aos pontos
de abastecimento, sendo descontado o valor do carregamento. Este valor inclui a electricidade consumida e uma taxa pelo serviço de carregamento."
 De acrescentar ainda que foi ontem anunciado pela EDP (accionista da sociedade gestora do Mobi.e) que os carregamentos serão gratuitos pelo menos até ao final de 2011, como forma de estimular a adopção dos automóveis eléctricos e fidelizar clientes (óbvio).

Porque é que acho este Programa de Mobilidade tão bom?
  1. É uma óptima forma de finalmente apresentar às pessoas uma alternativa à utilização dos combustíveis fósseis, uma vez que os fabricantes de veículos eléctricos diziam que ainda não havia condições para o carregamento das baterias e as empresas  responsáveis pelas futuras redes de carregamento defendiam que ainda não existiam veículos eléctricos para a rede de carregamento;
  2. Vai permitir uma grande interacção com as energias renováveis. Em Portugal houve já situações em que a energia produzida pelo vento durante a noite era superior à consumida (mesmo já incluindo com a bombagem de água para montante das barragens), o que faz com que tivéssemos de tentar exportar a energia (a preços baixos pois em Espanha o consumo também é reduzido por ser noite). Assim, com a introdução dos automóveis eléctricos podemos continuar a aumentar a nossa quota de energias renováveis (que cria empregos, reduz emissões CO2, diminuição da importação de combustíveis fósseis,  etc..);
  3. Vai permitir as pessoas ganharem dinheiro com a venda de energia durante o dia. Ou seja, como todos sabem a energia durante a noite é mais barata que durante o dia, exactamente por haver menos consumo. Então, com a aquisição de um automóvel eléctrico, as pessoas poderão carregar totalmente os seus carros durante a noite, e depois descarrega-los durante o dia, vendendo essa energia à rede, por um preço mais caro. Este procedimento é exactamente igual ao de carregamento. Cabe a cada pessoa jogar com este factor de acordo com a utilização do seu automóvel eléctrico. O "menos bom" deste processo de venda de energia à rede é que possui um limite por cada PT (Posto de Transformação), tal com já acontece com a microgeração;
  4. Vai permitir estabilidade nos diagramas de carga de energia durante a noite e durante o dia, com o consumo de energia a ser mais constante durante o dia e a noite, o que permite melhorar a eficiência da rede eléctrica nacional;
  5. Ser um Programa pioneiro neste tipo de tecnologia, o que permitirá a internacionalização do conceito, com os consequentes benefícios para o nosso País.

 Resta-me agora apresentar alguns dos automóveis eléctricos que estarão para ser comercializados em breve. Os quatro modelos da Renault que serão comercializados a partir de 2011.


Estes são (da esquerda para a direita), o Fluence Z.E., um automóvel de cinco portas que estará pronto a entregar aos primeiros clientes ainda este ano, o Twizzy Z.E., um automóvel completamente virado para a mobilidade urbana, a Kangoo Z.E., a carrinha comercial que já todos comecemos assumirá agora uma versão eléctrica, ideal para as empresas e que será colocada no mercado em 2011 com uma autonomia de 160 Km e finalmemte o Zoe Z.E. que assume um carácter compacto, provavelmente destinado a quem faz o típico trajecto diário de fora da cidade para a cidade e vice-versa.
Agora apresento um vídeo da apresentação do Nissan Leaf em Lisboa, o primeiro carro eléctrico à venda em Portugal, que custará cerca de 35 000 €, o que com o desconto de 5 000 € que o governo Português atribui aos primeiros 5 mil compradores de carros totalmente eléctricos, ficará em cerca de 30 000 €.




Por fim, deixo ainda um link de um post no blog "BlogandoNotícias" que apresenta um conceito de carro do futuro criado por estudantes, que vale a pena ler.

Acho que será óptimo se conseguirmos associar o conceito de mobilidade a sustentabilidade, ecologia e não a poluição, combustíveis fósseis, etc.. como é actualmente.
Apresento ainda um link com Mapa dos Pontos de Carregamento que encontrei no site veículoseléctricospt e que poderá ser muito útil para os utilizadores de veículos eléctricos.
Para quem gosta de tudo o que está relacionado com tecnologia automóvel associada à ecologia, deixo a sugestão de um blog, o AutoBlogGreen, um blog com muita informação e sempre actualizado.
Por fim, sublinho ainda a importância da aposta de Portugal no veículo eléctrico nas fábricas para a construção das baterias de Lithium, pois Portugal é dos países com maior potencialidades na extracção de Lithium, nomeadamente nos distritos da Guarda e Castelo Branco, o que permitirá além da redução da pegada ecológica na construção das baterias, o desenvolvimento do interior do nosso país.

Fontes e links para mais informação: