O debate sobre o controlo das alterações climáticas "tem-se centrado muito nas soluções tecnológicas, deixando para segundo plano o papel das pessoas". Quem o diz é Alanna Armitage, do Fundo das Nações Unidas para as Populações (UNFPA), que ontem apresentou em Lisboa um relatório defendendo que o controlo da natalidade ajudará a preservar o planeta.
"Actualmente, existem cerca de 6,8 mil milhões de pessoas no mundo. Em 2050, deverão ser 10,5 mil milhões. Mas através do controlo populacional será possível reduzir esse número em 2,5 mil milhões", contou ao DN a especialista canadiana . "É claro que 2,5 mil milhões de pessoas a menos farão uma grande diferença ao nível das alterações climáticas", defendeu.
O relatório sobre a situação da população mundial, intitulado "Enfrentando um mundo em transição: mulheres, População e Clima" sustenta que políticas não agressivas de planeamento familiar deveriam ser uma prioridade para os decisores mundiais.
"Não se trata de impor nada a ninguém", explicou Allanna Armitage. "Há estudos que comprovam que muitos casais teriam optado por ter menos filhos se lhes coubesse decidir. O que está em causa é dar às pessoas os meios e as condições para que tomem as suas decisões".
As alterações climáticas, sustenta, "são causadas pelas populações, afectam as populações e é por estas que podem ser combatidas". E a este nível, reforçar o poder das mulheres nas diferentes culturas pode ser decisivo. Não só por estas serem mais sensíveis às políticas ecológicas e de poupança de energia, mas também por serem as principais afectadas pelas alterações climáticas: "Em muitas culturas, são elas que se ocupam da agricultura, da recolha de água potável. Actividades que serão afectadas pelo clima".
A ideia que o crescimento da população mundial se tem dado sobretudo nos países em vias de desenvolvimento, e que estes não são os principais poluidores do planeta não corresponde à realidade, defende Allana Armitage.
"Em relação às emissões de gases causadores do efeito de estufa, desde 2002 que se prova uma crescente contribuição dos países em desenvolvimento", disse. Por outro lado, "também há países desenvolvidos cuja população está a crescer, como os EUA".
A ideia que o crescimento da população mundial se tem dado sobretudo nos países em vias de desenvolvimento, e que estes não são os principais poluidores do planeta não corresponde à realidade, defende Allana Armitage.
"Em relação às emissões de gases causadores do efeito de estufa, desde 2002 que se prova uma crescente contribuição dos países em desenvolvimento", disse. Por outro lado, "também há países desenvolvidos cuja população está a crescer, como os EUA".
in DNPortugal
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